Hotline Miami é um jogo desenvolvido pelo estúdio Dennaton Games e publicado pela Devolver Digital em 2012, nele o jogador assume o papel de Jacket, um homem que recebe telefonemas crípticos dizendo endereços aos quais ele vai e vestindo máscaras de animais o jogador tem uma única missão : matar todos os presentes. Todo nível do jogo é um quebra-cabeça hiper-violento alimentado por música eletrônica que lhe enche de adrenalina e incentiva a matança, achando a maneira mais efetiva de matar todos, e no fim, quando o último inimigo cai morto : a música para. O jogo fica silencioso e você tem que refazer todo o caminho de volta pelo nível em silêncio absoluto enquanto se depara com a barbaridade de que você, como jogador, foi capaz meros segundos atrás. É assim que Hotline Miami faz seu ponto, sua crítica, a violência nos jogos nunca é análisada e enquanto o jogador caminha pelos níveis agora repletos de sangue e corpos em silêncio absoluto o jogo força uma análise sobre a brutalidade.
Terrifier é uma série de filmes de terror slasher dirigido por Damien Leone, neles uma série de pessoas são atormentadas e brutalmente mortas pelo palhaço Art. Em Terrifier os personagens são mortos de formas cada vez mais brutais, como um tipo bizarro de humor negro, como se do momento que você desse play no filme o diretor implicitamente fizesse uma aposta com você, telespectador, sobre o quão depravado ele pode ser. Misturando comédia prática com efeitos práticos e ultraviolência o diretor quer te chocar, em mortes cada vez mais absurdas, situações cada vez mais brutais, Art age como um ator de comédia do cinema mudo, não emitindo um único som enquanto perpetua os metódos de assasinato que ultrapassam qualquer armadilha de Jogos Mortais.
Enquanto assistia Terrifier 3, o último lançamento da série, não pude evitar de me perguntar "Por que ?". A violência em Terrifier não serve a um próposito maior além do choque, e o pior é que é divertido, funciona. De uma forma quase voyeuristica o telespectador é apresentado a violência por violência, não existe uma justificativa para as ações de Art, ele é o mal encarnado, não existe uma crítica, um comentário, nada. É apenas um prazer de ver quão brutal e depravado as coisas podem ficar antes que os créditos cheguem. Sai da sala de cinema não com um senso de pertubação, violência apenas pra ser violento não pertuba ninguém, é apenas gratuito.
Se não há um ponto, por que nós gostamos de Terrifier ? Por que que eu sai da sala de cinema com a certeza de que se tivesse um Terrifier 4 eu assistiria ?